quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

CONSCIÊNCIA E MUDANÇA DE ATITUDE MOVEM ENGRENAGENS

Um dos assuntos que tem colocado empresas, governos e a mídia em alerta é oportunidade para refletir e agir sobre o consumo, esse que está atrelado aos mais corriqueiros hábitos da sociedade moderna, sejam eles realmente necessários ou não. Adotado no Brasil pela primeira vez, em 1931, o Horário de Verão, que depois veio a ser praticado anualmente a partir de 1985, acabou por se integrar ao calendário na estação do ano em que a presença prolongada da luz solar nos ajuda a promover uma economia de energia. A despeito de questionamentos sobre sua eficiência e efeitos colaterais dessa medida na vida das pessoas, o que nos leva a pensar e agir por um bem comum é o que proponho nessa argumentação. Somos impulsionados a reagir pela defesa do que não nos pode faltar, por questão de sobrevivência, desde o seu mais literal significado ao que podemos enxergar numa visão macro, digamos assim. Agora estamos assustados, o consumo de energia aumentou 7,9%, vamos pagar caro pelo acionamento das termoelétricas. Mas é que não chove, isso é com São Pedro, vamos rezar pra ele. 
A água, esta que movimenta a geração de energia nas hidroelétricas está escassa, a energia precisa ser economizada, por sua vez, e isso é problema de todos os cidadãos, dos que estão nos bastidores diversos: governos, empresas, consumidores residenciais. O desequilíbrio nos afeta em todos os sentidos, desde a hora em que abrimos as torneiras e nenhuma gota sai, até quando os computadores no escritório desligam em quedas bruscas de energia. Ah, sem esquecer daquela hora em que botamos a cabeça no travesseiro e sabemos que poderia ser diferente. Sim, a gestão de recursos hídricos é para ser coletiva. O trabalho de técnicos, especialistas, multiplicadores da consciência sobre a preservação das nascentes dos rios para a população ribeirinha e para quem explora recursos como o solo, a política de saneamento anterior aos planos diretores que definem o desenvolvimento das cidades, o investimento em alternativas de geração de energia sustentáveis para um Brasil que está entre os maiores da economia mundial e que, consideremos, guarda em seu seio o maior reservatório de água doce do planeta (12%) são ou não de elevada prioridade? 
A resposta daremos com as mãos na massa, agora e daqui pra frente, governos e sociedade. Porque chorar pelo tempo perdido não nos fará reverter as intempéries as quais o sistema de abastecimento de água e de energia estão sujeitos. Temos é de usar as saídas viáveis que o conhecimento nos dá e partir pra atitude. Sim, depende mais de cada um a consciência para mudar hábitos de consumo, de água, de luz, não só para quando estamos “apertados”. Podemos pensar assim, como quando a conta chega e o dinheiro não é suficiente para pagarmos. No mês seguinte a gente gasta menos, para reduzir a conta. Mas a essa altura não nos cabe mais agir assim, paliativamente, mas sim assumir de vez uma postura solidária sobre a utilização dos recursos naturais que nos dão condições básicas de vida no planeta, além de prover-nos a geração das riquezas materiais necessárias. Vamos lá ocupar rankings de forma mais orgânica, como está na moda dizer. Somos todos agentes dessa mudança.


Christiane Santoro
Christiane Santoro Balbys, jornalista, 42, é consultora em Comunicação e Conteúdo nos setores público, privado e de instituições sem fins lucrativos. Formada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) atuou no Governo do Estado de Santa Catarina com as áreas de políticas para o Turismo, Cultura e Esporte, Recursos Hídricos e Assuntos Estratégicos. Escreve sobre Comunicação e Negócios na coluna Alma do Negócio, do Sindicato das Agências de Propaganda de Santa Catarina (Sinapro-SC), veiculada pelo jornal Diário Catarinense (Grupo RBS). Atualmente vive em São Paulo, onde atua com comunicação e produção de conteúdo para diferentes segmentos econômicos e sociais.

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