O livro de Gabriel García Márquez, publicado em 1981, "Crônica de uma morte anunciada", nunca foi tão atual. É bem apropriado para traduzir a atual crise no abastecimento de água. A obra de García Márquez conta, na forma de uma reconstrução jornalística, a história do assassinato de Santiago Nasar pelos irmãos Vicario. Santiago, acusado de desonrar Ângela Vicario tinha sua morte como certa. Toda a localidade fica sabendo antes da vingança iminente, mas nada salva Santiago de seu trágico destino, anunciado logo à primeira linha do romance. O jovem Santiago Nasar foi morto a facadas pelos irmãos de Ângela, os gêmeos Pedro e Pablo.
Há pelo
menos cinco anos, o governo do Estado de São Paulo, estava ciente, ou deveria
estar, da iminente crise no abastecimento de água da quarta mais populosa
metrópole do mundo, com 19,890 milhões de habitantes. Contudo, o ranço da
trilogia: má gestão, falta de planejamento e falta de transparência, que não é
apenas privilégio do Governo do Estado de São Paulo, mas, atinge todo Brasil,
especialmente o Governo Federal, falou mais alto, e não impediu a concretização
da "calamidade anunciada".