quinta-feira, 24 de abril de 2014

LYGIA FAGUNDES TELLES

Lygia Fagundes Telles, nascida Lygia de Azevedo Fagundes é uma escritora brasileira, galardoada com o Prêmio Camões em 2005.
Nascimento: 19 de Abril de 1923














Contista e romancista, Lygia Fagundes Telles nasceu em São Paulo, mas passou a infância em pequenas cidades no interior do Estado, onde o pai, o advogado Durval de Azevedo Fagundes, foi delegado e promotor público. A mãe, Maria do Rosário (Zazita) era pianista. Algumas das cidades percorridas: Sertãozinho, Areias, Assis, Apiaí e Descalvado. Voltando a residir com a família em São Paulo, formou-se em Direito (Faculdade do Largo de São Francisco) e cursou ainda a Escola Superior de Educação Física da mesma Universidade. Foi casada com o jurista e ensaísta Goffredo Telles Júnior. Divorciada, casou-se com o crítico de cinema e fundador da Cinemateca Brasileira, Paulo Emílio Salles Gomes. Tem um filho, Goffredo Telles Neto, cineasta.
Lygia Fagundes Telles começou a escrever muito cedo, o que a levou a considerar seus primeiros livros "muito imaturos e precipitados". Segundo o crítico Antonio Candido, o romance Ciranda de Pedra (1954) seria o marco da sua maturidade intelectual.
Concordando com esse critério, a autora considera a sua obra a partir dessa data.
Participante e testemunha desse tempo e desta sociedade, a escritora classifica sua obra como de natureza engajada, ou seja, comprometida com a condição humana nas suas desigualdades sociais.
Recebeu diversos prêmios literários, dentre os quais o do Instituto Nacional do Livro, 1958; o Guimarães Rosa, 1972; o Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras, 1973; o Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, 1980; e o Pedro Nava, de melhor livro do ano, 1989. A coletânea de contos A Noite Escura e mais Eu recebeu três importante prêmios literários: melhor livro de contos, da Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro; Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, São Paulo; e Aplub de Literatura, Porto Alegre.

Lygia Fagundes Telles

(...) "Com a ponta da língua pude sentir a semente apontando sob a polpa. Varei-a. O sumo ácido inundou-me a boca. Cuspi a semente: assim queria escrever, indo ao âmago do âmago até atingir a semente resguardada lá no fundo como um feto".
(Verde lagarto amarelo)

“Ele fixaria em Deus aquele olhar de esmeralda diluída, uma leve poeira de ouro no fundo. E não obedeceria porque gato não obedece. Às vezes, quando a ordem coincide com sua vontade, ele atende mas sem a instintiva humildade do cachorro, o gato não é humilde, traz viva a memória da sua liberdade sem coleira. Despreza o poder porque despreza a servidão. Nem servo de Deus. Nem servo do Diabo.”

" quando na realidade o amor é uma coisa tão simples... Veja-o como uma flor que nasce e morre em seguida por que tem que morrer. Nada de querer guardar a flor dentro de um livro, não existe nada mais triste no mundo do que fingir que há vida onde a vida acabou."
Lygia Fagundes Telles

A beleza não está nem na luz da manhã nem na sombra da noite, está no crepúsculo, nesse meio tom, nessa incerteza.
Lygia Fagundes Telles

PRÊMIOS:
Prêmio do Instituto Nacional do Livro (1958)
Prêmio Guimarães Rosa (1972)
Prêmio Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras (1973)
Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro (1980)
Prêmio Pedro Nava, de Melhor Livro do Ano (1989)
Melhor livro de contos, Biblioteca Nacional
Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro
Prêmio APLUB de Literatura
Prêmio Jabuti (Ficção) (2001)
Prêmio Camões (2005)

Dados obtidos em livros da escritora, outras publicações, na Internet e na revista "Cadernos de Literatura Brasileira - Instituto Moreira Salles.

OBRAS DA AUTORA

Individuais
Contos:
Porão e sobrado, 1938
Praia viva, 1944
O cacto vermelho, 1949
Histórias do desencontro, 1958
Histórias escolhidas, 1964
O jardim selvagem, 1965
Antes do baile verde, 1970
Seminário dos ratos, 1977
Filhos pródigos, 1978 (reeditado como A estrutura da bolha de sabão, 1991)
A disciplina do amor, 1980
Mistérios, 1981
A noite escura e mais eu, 1995
Venha ver o por do sol
Oito contos de amor
Invenção e Memória, 2000 (Prêmio Jabuti)
Durante aquele estranho chá: perdidos e achados, 2002
Meus contos preferidos, 2004
Histórias de mistério, 2004
Meus contos esquecidos, 2005

Não dá para falar em poucos minutos sobre uma escritora, cuja vida é cheia de detalhes, e já vai para 90 anos. Vou falar das minhas impressões sobre ela.
Lygia Fagundes Telles é uma mulher elegante e que escreve com elegância também. Seus textos são ricos e recheados de metáforas. Não tenho conhecimento se ela escreveu poesias, mas sei que é a rainha do conto e dos romances.
Li um livro da escritora Lygia Fagundes Telles na adolescência. Ciranda de pedra.
Na época, li e gostei da história, pois não prestava atenção em estilo, em nada dessas coisas. Gostei da trama.
Quando ela esteve em Piracicaba, para dar uma palestra no Engenho, me encantei com essa senhora bonita e de gestos refinados, que dominava o português com maestria e discorria com facilidade envolvendo a plateia.
Fiquei tão encantada que escrevi uma crônica sobre as impressões sobre o impacto que sua palestra deixou em mim.
Qual não foi a minha surpresa quando depois de um mês recebi pelo correio um exemplar de Ciranda de Pedra autografado por ela que agradecia o texto em sua homenagem. Certamente alguém deve ter enviado cópia para ela, pois o meu texto foi publicado apenas aqui, no Jornal de Piracicaba. Mais uma prova de sua elegância nas atitudes.

Ivana Negri (Ver Quem Somos)

Nenhum comentário:

Postar um comentário